domingo, 5 de julho de 2009

A Náiade e o Tritão

Que ventos me levaram até você?
Tantas águas para nadar
E do meu infindo oceano
Acabei presa no riacho da sua estreita alma

E nesse vão de água não consegui respirar
Acostuma à riqueza e à pureza das águas profundas
Afoguei-me na lama da sua existência

Restei-me suja e triste
Por não poder voltar ao meu mar sem sua lembraça
E por saber que não passei de uma simples ninfa

Que teve que voltar humilhada e rastejante
Mais sozinha que dantes
Ao meu lar, agora sombrio e frio
Sempre a lembrar do sujo riacho
E do altivo e arrogante Tritão
Que não tinha coração.