quinta-feira, 7 de maio de 2009

Apenas um nada

Eu me contentaria com seus restos, mas nem isso você me ofereceu. Eu serviria você a minha vida inteira, mesmo sabendo que você nunca poderia me amar. Eu ficaria com você mesmo sabendo que nunca seria a única. Eu amaria você de todas as maneiras possíveis, mas você não deixou. Você apenas me usou. Eu deixei que me usasse. Eu disse "sim". Mas, que culpa eu tenho se eu amei você desde o primeiro dia que te vi? Que culpa eu tenho de não ser o bastante para você? Talvez você tenha feito apenas um favor para mim. Eu sabia que você nunca seria meu, mas eu não queria você, eu queria apenas os seus restos. Eu queria aquilo que não se dá a ninguém, eu queria aquilo que você joga fora, eu queria os seus defeitos, eu os engoliria. Eu só queria abraçar você e afogar minha vida nisso. Eu queria tão pouco. Tão pouco. Acreditar nas pessoas é esperar algo delas. Eu jamais acreditei que você gostasse de mim. Mas eu achei que fosse caridoso. Mas sua solidariedade em sair comigo foi a única coisa que pôde fazer, sei que não tinha como você fazer mais. Afinal, não mereço tanto. Talvez, o resto do resto que você me deu fosse exatamente o que eu merecia, para me mostrar que não sou nada de nada, nada para todos e ainda um nada para você; um nada que ama você, um ninguém que alguém não amou; um nada sem amor, é isso que sou.

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