domingo, 17 de maio de 2009

Sozinha

Como é difícil não ser compreendida. Ter que mostrar para as pessoas que você ama que está tudo bem, que você esqueceu, que não foi tão difícil. Como é difícil não chorar toda hora, não poder dizer a ninguém que a vida não faz mais sentido sem que lhe chamem de louca. Hoje é fácil não achar o céu tão grande, o mar tão infinito e as estrelas tão distantes, porque tão desmedida é a dimensão do que sinto que tudo tornou-se vulgar e pequeno. Hoje estou sozinha no trabalho, em casa, na faculdade, na rua; as pessoas que me cercam fazem parte do mundo mas me parece que não estão lá. Não posso contar com elas e não desejaria que alguém compreendesse meu sofrimento porque esse alguém morreria de tristeza. Disse certa vez que vivia em uma margem de certo rio e as outras pessoas que existiam na minha vida estavam distantes nas outras margens onde eu quase não conseguia ouví-las nem vê-las. Hoje estou no meio de um oceano, agarrada em um tronco, com uma parte de mim pedindo para morrer e com a outra parte resistindo em viver. Estou presa a vida pelos sonhos que tenho e distante dela pelo amor que sinto. Estou arquejando pelo caminho da razão, porque pelo caminho do coração eu já me perdi.

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