domingo, 23 de agosto de 2009

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Maldito o dia em que escutei sua voz. Maldito o dia em que passei para seu lado e me tornei sua serva. Maldito o dia em que comecei a adorar você como nunca o fiz na minha vida. Maltida a tua boca quando me elogiava sem motivos. Maldito seja o seu ego, que não permitiu que ficasse comigo. Maldita seja sua soberba que me considerou mais uma.

E se eu nunca tivesse entrado naquela sala?
E se eu nunca tivesse escutado sua voz?

Eu queria que você tivesse deixado eu adorá-lo como se adora uma rosa, com a certeza que nunca alcançaria a sua perfeição de cheiro, de forma, de cor, mas que intimamente teria a certeza que a rosa não duraria para sempre e que sempre existiriam outras rosas tão bonitas e perfumadas como você. Só que você quis chegar perto e eu deixei porque eu já te amava; e na sua roseira existiam espinhos que me fizeram profundas feridas. Espinhos que eu nunca vira em você, mas que já existiam. Todo o meu corpo ficou marcado e meu coração foi quase arrancado, mas eu ainda permaneço viva. E você ainda está tão forte quanto antes na roseira, contemplando o mundo como um ser perfeito, indirente, diferente. Se algum dia você envelhecer e for cair, eu temo que não estarei de contemplando e não poderei te levar comigo, porque o tempo não destrói, mas corrói todo o amor que se sente. Mas infelizmente seu cheiro sempre irá me acompanhar, só que espero lembrar dele como algo que o tempo esfriou e não como algo que oprime meu coração.

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